Patrono
Carlos Viegas Gago Coutinho (n. Lisboa, 1869; m. Lisboa, 1959) Oficial da Armada, geógrafo, |
Com uma invejável folha de serviços prestados na marinha de guerra, Gago Coutinho distingue-se, a partir de 1898, num conjunto de trabalhos geodésicos, topográficos e de delimitação de fronteiras das colónias. Sem exagero, pode-se-lhe atribuir uma quota parte de responsabilidade na forma atual das linhas fronteiriças de Timor, Angola e Moçambique.
Navegador exímio, inicia, a partir de 1917, um trabalho de adaptação do sextante à navegação aérea. O resultado, engenhoso, ficou conhecido como sextante de bolha e permitia calcular as posições dispensando a tradicional referência do horizonte.Numa altura em que os instrumentos de navegação aérea se resumiam a bússolas, a disponibilidade de um meio capaz de determinar com exatidão as posições, independentemente das condições atmosféricas, permitiu projetar e realizar viagens de longo curso, com outro nível de segurança.
O mérito deste trabalho ficou demonstrado com o sucesso da travessia aérea Lisboa - Rio de Janeiro, a primeira entre o velho continente e a América do Sul - realizada entre 30 de Março e 5 de Junho de 1922 a bordo de um hidroavião Fairey de 350 cv que levava Sacadura Cabral como piloto e Gago Coutinho como navegador.
Estudioso incansável, agraciado com as mais altas condecorações em Portugal, Brasil e França, membro das mais prestigiadas instituições científicas, o Almirante Gago Coutinho legou uma vastíssima obra, particularmente notável nos campos da geografia e da história da náutica.